terça-feira, 1 de junho de 2010

Espumante Rio Sol Rosé 2008 - Confraria Brasileira de Enoblogs

Mesmo estando um pouco afastada da Confraria Brasileira de Enoblogs nos últimos meses - por motivos variados, devo dizer -, não tive como declinar da honra de escolher o vinho a ser analisado pelos confrades neste mês de junho. Da mesma forma, não tive como não puxar a sardinha para minha brasa - então o tema sugerido foi Espumante Produzido no Nordeste.

Achei que ia abalar. Na minha cabeça, a combinação de calor constante e solo bom seria matadora, e os espumantes da minha terra natal receberiam os elogios mais rasgados.

Como diria o Chico Buarque, "qual o quê"!

Minha escolha foi uma bebida que eu ainda não tinha provado - um espumante rosé, especificamente o Rio Sol Rosé 2008. Fui seduzida pelo rótulo, de uma bela cor entre pêssego e rosa, impressão especial e mensagem sugestiva: "O espumante Rio Sol Rosé é produzido a partir de uvas da variedade syrah, colhidas no ponto ideal de amadurecimento, originando um vinho leve e fresco. (...) de aromas excepcionais, que lembram morangos e outras frutas vermelhas, este espumante é ideal para acompanhar mariscos e frutos do mar, pizzas, pastas, peixes gordos ou sumplesmente deliciar-se com sua frescura."

Tentei deliciar-me com a frescura. Não deu.

O espumante de fato tem uma bela cor rosa alaranjada, e um aroma de frutas vermelhas marcante - mas que por algum motivo me lembrou mais uva isabel do que morangos em si. A perlage é abundante até demais no início - mesmo com um ano de prática em servir, não houve uma vez que marido tenha conseguido repor a bebida em minha taça sem provocar uma enchente cor-de-rosa em nossa imaculada toalha de mesa. Trinta segundos depois, no entanto, o espumante já estava começando a perder aas borbulhas e (sacrilégio!) um minuto depois de ter ido para a taça, já ensaiava ficar choco. Será que foi a idade?

Aí chegou a hora de provar...

Se fosse para resumir em uma só palavra, ela seria pura e simplesmente ÁLCOOL. O sabor é tão pronunciado que chegou a queimar ligeiramente minha língua. Álcool, álcool e mais álcool, a qualquer temperatura - hipergelado ou quase fresco.

Como diz minha mãe, rasguei a boca. Ou talvez eu é que estivesse azeda, quem sabe?

Espero que os colegas confrades tenham tido mais sorte com seus espumantes.

Classificação: \o/ \o/