domingo, 19 de julho de 2009

O mistério do Pol Clement Brut

Depois de um breve hiato devido a compromissos profissionais urgentes, retorno a este espaço para comentar sobre um espumante que conseguiu confundir meu juízo: o Pol Clement Brut. Este marido e eu degustamos ontem na festa de casamento de nosso padrinho (felicidades, dindo!). E foi aprovado, mesmo que esteja envolvido em uma aura de segredo.

Ainda sem saber qual era o teor de açúcar que os donos da festa tinham escolhido, à primeira vista (e cheirada, e gole) eu tive praticamente certeza de que se tratava de um demi-sec feito do já familiar dueto Chardonnay e Riesling com o qual estou acostumada. Só que o mistério estava apenas começando. Ligeiramente doce, o espumante apresentou uma acidez bem baixa comparada com meu favorito, o Salton. Os aromas de frutas cítricas, maçã verde e mel estavam lá, tal qual nos espumantes que já degustei - porém aquela impressão vaga de fermento para pão não deu o ar da graça, e a perlage se mostrou intensa mas fugaz.

Devia ser mesmo um demi-sec basicão, certo?

ERRADO!

Qual não foi minha surpresa ao pedir ao garçom para ver uma das garrafas circulantes e descobrir que o danado do vinho era brut? (E qual não foi a surpresa do garçom ao se deparar com uma convidada mais interessada no rótulo de uma garrafa do que na música bombando na pista de dança? hehehe). Pesquisando na internet, vi que o Pol Clement que tomei é possivelmente fabricado com as castas Chenin Blanc, Sauvignon Blanc e Ugni Blanc. Digo possivelmente porque, por incrível que pareça, o site do fabricante - a Compagnie Française des Grands Vins - não define quais são as uvas utilizadas em seu produto. E o pior: alguns locais na rede afirmam de pés juntos que ele é 100% Chardonnay. Alguém pode me tirar esta dúvida?

Enfim: considerando como correta a informação das três castas, posso afirmar que delas nasceu um espumante suave, delicado e fácil de descer - que o diga minha dinda Bu, que colocou para dentro uma boa quantidade deste belo vinho. No entanto, caso a hipótese do Chardonnay se confirme, vou ter finalmente entendido o quão dramáticas são as diferenças ocasionadas pela variação do quesito terroir.

Resumo da ópera: o francês é sutil, elegante, ótimo para ser servido em festas. Não barra meu Salton Brut, mas é uma grande pedida.

Classificação: \o/ \o/ \o/

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